Você se lembra quando Tim Cook disse que o iPad era o “símbolo da era pós-PC”? Pois é, parece que essa promessa ficou pelo caminho.
Vamos fazer uma reflexão aqui: por que um dispositivo que deveria ser a evolução natural dos computadores ainda não conseguiu tomar o lugar deles? A resposta pode te surpreender — e está literalmente debaixo dos seus dedos.
O Sonho que se Transformou em Pesadelo Financeiro
Como o iPad Prometeu Mudar Tudo (e Quase Conseguiu)
Quando Steve Jobs subiu no palco em 2010 para apresentar o primeiro iPad, metade da galera ficou empolgada e a outra metade pensou: “cara, isso é só um iPhone gigante”.
O negócio é que o iPad realmente evoluiu. Saiu da posição de “dispositivo para consumir Netflix na cama” para uma ferramenta de trabalho séria. Com o iPadOS, o Apple Pencil e alguns apps bem bacanas, o tablet começou a mostrar que tinha potencial para muito mais.
A Virada de Chave: Quando o iPad Virou “Pro”
Em 2015, Tim Cook fez uma declaração bem ousada:
“Se você está pensando em comprar um PC, por que compraria um? O iPad Pro é um substituto para um notebook ou desktop para muitas pessoas.”
Conforme o iPadOS foi ganhando recursos como:
- Multitarefa real (tipo, de verdade mesmo)
- Suporte a mouse (revolucionário!)
- Gerenciamento de arquivos (finalmente!)
A coisa começou a fazer sentido. O iPad estava virando uma máquina de produtividade de verdade.
A Grande Contradição: Tablets Ultraleves com Teclados Ultra-pesados
O Paradoxo do Magic Keyboard
Aqui que mora o problema. A Apple criou o iPad mais fino da história — 5,1 mm de espessura (isso é insano!). Colocou um processador M4 que faz qualquer laptop chorar. Mas aí vem o plot twist:
O teclado continua sendo uma pedra!
Vamos aos números que ninguém te conta:
Modelo do Teclado | Peso | Preço (aproximado) | Ano |
Smart Keyboard | 230g | R$ 800 | 2015 |
Magic Keyboard (2020) | 601g | R$ 1.500 | 2020 |
Magic Keyboard (2024) | 582g | R$ 1.800 | 2024 |
O teclado pesa mais que o próprio iPad! É como comprar um carro super leve e eficiente, mas ter que carregar um reboque junto.
A Matemática que Não Fecha
Uma conta rápida para vocês entenderem a contradição:
- iPad Pro 13″ (M4): 579g
- Magic Keyboard: 660g
- Total: 1.239g
Compare isso com um MacBook Air M3 que pesa 1.240g. Ou seja, você está carregando praticamente o mesmo peso, mas com muito menos funcionalidade!
Por que a Apple Insiste Nesse Erro?
O Dilema do Ecossistema
A Apple está presa em uma armadilha de design própria. Eles querem:
- Manter o iPad como iPad (touch, leveza, simplicidade)
- Transformar em laptop (produtividade, teclado físico)
- Lucrar com acessórios (margem altíssima nos teclados)
O problema é que essas três coisas são mutuamente excludentes quando mal executadas.
A Conta que Todo Mundo Evita Fazer
Vamos falar sobre o elefante na sala: o preço. Um setup completo iPad + Magic Keyboard + Apple Pencil pode facilmente ultrapassar R$ 10.000. Com esse dinheiro você compra:
- Um MacBook Pro potente
- Um monitor externo
- E ainda sobra dinheiro
O Que a Concorrência Está Fazendo Certo
Microsoft Surface: O Exemplo que a Apple Ignora
A Microsoft entendeu uma coisa que a Apple parece ter esquecido: se você quer criar um 2-em-1, ele precisa ser:
- Bom como tablet quando necessário
- Bom como laptop quando necessário
- Preço competitivo sempre
O Surface Pro, mesmo com seus defeitos, consegue entregar essa experiência muito melhor que o iPad + Magic Keyboard.
Samsung Galaxy Tab: Inovando sem Complicar
A Samsung tem mostrado que dá para fazer teclados finos, leves e funcionais sem cobrar o preço de um rim. O Galaxy Tab S9 com teclado compete diretamente com o iPad, mas sem o peso (literal e figurativo) dos acessórios da Apple.
As Alternativas que Realmente Funcionam
Teclados Bluetooth: A Solução Óbvia que Ninguém Fala
Aqui vai uma dica de ouro: esqueça o Magic Keyboard. Pegue um teclado Bluetooth compacto (tipo o Logitech MX Keys Mini) e um suporte para iPad. Resultado:
- Menos peso
- Mais funcionalidade
- Economia de mais de R$ 1.000
A Estratégia dos “Dois Mundos”
Uma abordagem que funciona para muita gente:
- iPad para criatividade: desenho, anotações, leitura
- MacBook para produtividade: programação, planilhas, textos longos
Aceitar que cada ferramenta tem seu lugar pode ser mais eficiente que forçar uma solução única.
O Futuro do iPad: Para Onde Estamos Indo?
A Apple Precisa Escolher um Lado
A sensação é que a Apple está tentando agradar gregos e troianos e acabando por frustrar todo mundo. Ou eles assumem o iPad como:
Opção A: Um tablet premium para criatividade e consumo Opção B: Um substituto real de laptop
Ficar no meio termo só está criando produtos caros e limitados.
O Que Podemos Esperar em 2025
Aqui estão algumas apostas:
- Teclado com peso abaixo de 300g
- Preço mais acessível (pelo menos metade do atual)
- iPadOS com funcionalidades desktop reais
- Suporte nativo a mais aplicações profissionais
Dúvidas que Todo Mundo Tem
Vale a pena comprar um iPad Pro hoje?
Depende do seu uso. Se você é designer, ilustrador ou consome muito conteúdo, o iPad Pro é excepcional. Para programação ou trabalho administrativo pesado, um MacBook ainda é a melhor escolha.
O Magic Keyboard justifica o preço?
Pelo preço, você consegue alternativas melhores ou pode investir a diferença em outros equipamentos.
Dá para usar o iPad como único computador?
É possível, mas com limitações. Depende muito do seu workflow. Para 80% das pessoas, ainda é mais prático ter um laptop tradicional.
Quando a Apple vai resolver essa situação?
É difícil prever. A Apple tem mostrado resistência em mudanças drásticas no iPad. Pode ser que vejamos melhorias graduais nos próximos anos.
Existe alternativa barata ao Magic Keyboard?
Sim, várias! Teclados Bluetooth + suportes podem custar 1/5 do preço e oferecer experiência similar ou melhor.
A Lição que Fica
A mensagem final é clara: inovação real não é só sobre processadores mais rápidos ou telas melhores. É sobre criar uma experiência completa que faz sentido na vida real das pessoas.
Enquanto a Apple não entender isso, o iPad vai continuar sendo uma promessa de futuro com os pés ancorados no passado.
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